terça-feira, setembro 04, 2007

Adubos e alterações genéticas!



Pedro Rocha: Este ano correu mal, tanta fruta miúda nesta colheita!

Funcionário Profrutos: Ó menino vocês têm que pôr adubos senão não dá.

Pedro Rocha: Não, a gente aposta em bons aterros e não é preciso mais adubos.

Funcionário Profrutos: Os adubos não fazem mal, isso não é como aquele milho travesti!

Pedro Rocha: ...a dar murros na parede de tanto rir...

2 comentários:

Anônimo disse...

claro que não é preciso adubos !!!
è preciso sim um bom aterro. Incenso e farelo de qualidade e em quantidade, é suficiente para satisfazer as elevadas exigencias nutritivas da planta.

O grande problema é a falta de incenso(pelo menos em zonas perto e acessiveis). Actualmente o que vemos, quando pedimos a lenha, não é incenso, mas sim uma mistura de conteiras, louro, faias, banksia, etc. que não são tão ricas, são frias, e que não vão transmitir ao ananás as caractericas unicas do ananás, principalmente ao nivel do aroma.

Logo, actualmente, os produtores, ao sentirem na pele, que a producão está a decrescer em qualidade, sabe que é da falta de um bom aterro (falat de incenso de da leiva), mas não tendo outra alternativa, viu-se obrigado a recorrer aos adubos (infelizmente).

HÁ QUE ARRANJAR SOLUCÕES PARA A FALTA DE INCENSO E COM URGENCIA.

E HÁ QUE TER CUIDADO EM RIR SEM SABER DO QUE

Anônimo disse...

A Qualidade – Qualidade do Ananás







A compreensão das necessidades do cliente acompanhou a evolução do próprio conceito de Qualidade. Quando o controlo da qualidade se fazia apenas com recurso à inspecção, entendida esta como a conformidade com especificações, a presença do cliente acontecia de forma implícita e indirecta, por intermédio destas. Mais tarde, Juran (1964) viria a definir qualidade como a adequação ao uso, estabelecida inequivocamente pelo cliente. Um exemplo é o consumo dos grilos no Vietname. Actualmente são muito apreciados, atingindo valores exorbitantes, sendo um mercado em verdadeira expansão. No entanto na nossa cultura, não têm qualidade, porque simplesmente não têm consumidores (não têm aptidão de uso). No final da década de 70, Crosby (1979) combina a perspectiva de Juran com uma visão mais tradicional da qualidade, apresentando-a como a conformidade com os requisitos do cliente. Já nos anos 80, Noriaki Kano introduziu um modelo de análise da percepção do cliente, cujos requisitos indicam direcções a seguir de modo a satisfazer e a exceder as expectativas daqueles. Por sua vez, David Garvin (1988) estudou os factores de diferenciação e sucesso, recolhendo as vozes dos clientes em várias indústrias. Concluiu que a Qualidade é um conceito multidimensional que torna possível competir com êxito no mercado apostando apenas nas dimensões mais importantes para o cliente.
E poderíamos prosseguir nesta linha, enumerando diferentes autores e diversas abordagens ao conceito de Qualidade. Se delas se procurar retirar algo de comum, destacar-se-ia, por ser perfeitamente consensual, a preocupação com a satisfação do cliente. De facto, toda a Gestão pela Qualidade se desenvolve em torno desta quase "obsessiva" paixão pelo cliente. Apesar do conceito se ter vindo a alargar, contemplando aspectos complementares, os modelos mais avançados de Gestão pela Qualidade Total continuam a assumir o cliente e a sua satisfação como centro de gravidade de tudo o resto. Sem isso, tudo o resto deixa de fazer sentido.



Num mercado global, competitivo, como o nosso, como é avaliada a qualidade? Como são diferenciados os produtos similares? Exemplo um litro de leite. O que leva um determinado cliente a comprar um determinado leite em detrimento de outro? O preço (embora sujeito a pequenas variações)? A marca (fruto do marketing e da publicidade)? O conhecimento do processo de fabrico? O sabor?



No caso do nosso “Fruto Rei “, existe um fruto similar, o abacaxi produzido ao ar livre, só que com uma particularidade em relação ao exemplo acima descrito, a diferença de preços é grande, muito grande, resultado dos elevados custos de produção inerentes a uma cultura produzida com métodos tradicionais.











Enquanto não existia concorrência, enquanto houve restrições na entrada dos concorrentes, o ananás dos açores era único. Com a abertura dos mercados, com a chegada massiva de produtos similares, produzidos ao ar livre, áreas inimagináveis para a nossa dimensão, a preços de custo muito baixos, começaram os problemas.



Ou seja, actualmente, o ananás dos açores, têm consumidores (tem aptidão de uso), mas tem produtos similares a preços reduzidos.



Tendo aptidão de uso, como podemos diferenciar o nosso ananás? Pela forma? Pelo cheiro? Pelo sabor? Pelo cheiro? Pelo aspecto? Pela acidez? Pelo método de produção tradicional? Pela denominação de origem protegida?



Talvez fosse importante começar por um estudo de mercado. Saber realmente o que preferem os consumidores (são eles o alvo). Preferem grandes ou pequenos? Preferem mais ácidos ou menos ácidos? Mais aromáticos ou menos aromáticos? Etc. Há épocas em que o nosso ananás é muito doce, há outras em que os ácidos predominam em relação aos açúcares. Não temos um clima tropical, logo não temos luminosidade e temperaturas elevadas todo o ano (factores responsáveis pela predominância dos açucares em relação aos ácidos).



De momento a selecção têm sido rigorosa, com a preocupação de colocar no mercado os frutos com a melhor apresentação, com os frutos que correspondem ás regras de produção e comercialização da denominação de origem protegida.



A essa selecção correspondem, em traços gerais, os frutos com melhor apresentação, com maior tempo de conservação e com determinadas características organolépticas padrão.



E o que fazer aos frutos que apresentem cochonilha (praga, insecto). Não se pode utilizar insecticidas, e um estufeiro menos experiente, muitas vezes não consegue prevenir a praga através dos métodos naturais (controlo de humidade e de luminosidade). Esses frutos têm qualidade ou não? Se o consumidor não apreciar o seu aspecto exterior, deixa de ter qualidade (embora seja preferível a presença da praga que o risco de um fruto conter resíduos de insecticida).



Então qual pode ser a solução para esses frutos? Melhor informação perante os consumidores? A indústria? Que indústria?



E os frutos que apresentam menor poder de conservação. Porque possuem maior concentração de água, fruto das péssimas condições de conservação que as estufas se encontram e/ou resultado das regas manuais de estufeiros sem formação suficiente.







Talvez a prevenção seja a melhor solução. Para tal, é necessário investir na manutenção/recuperação das estufas tradicionais e apostar na formação profissional dos trabalhadores rurais ( estufeiros).





Com a entrada do novo quadro comunitário em 2007, e sabendo-se, felizmente, do reforço substancial das verbas para os açores, temos todos de pensar nas melhores formas de investir esses milhões, de forma a não perdermos definitivamente uma cultura secular que é considerada ex-libris da região e que sem dúvida têm sido (e poderá ser mais ainda) uma fonte de turismo.


Publicado em 16 de Outubro de 2006 1:30 AM
Blog asimas